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DIÁRIO RBC / RBC SEMANAL

ED31 - Julho de 2011

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01    EDITORIAL / EXPEDIENTE
02    CARDÁPIO
03    ESPAÇO ABERTO
04    CENTRAL CINE
05    CRONICANDO
06    PONTO DE VISTA
07    ESTADOS DO BRASIL
08    BUQUÊ SUBULATA
09    RE-PAR-TI-ÇÕES
10    KILL
11    MEMÓRIA DE BETIM


pág: 1
EDITORIAL
Flávia Soares - flavia@betimcultural.com.br

A RBC desse mês destaca os excessos e os exageros de uma sociedade dominada pelo ter e pelo ser, ocasionando o estresse e os incômodos diários nos indivíduos muito mais preocupados em reclamar, expondo tais problemas, que propriamente ir atrás de soluções concretas baseadas em políticas e leis.

Porém, percebe-se que vivemos em uma época um tanto distorcida da realidade quando se tratam de assuntos que envolvem os direitos e os deveres dos seres humanos. Sem saber, procuramos as pessoas erradas, reclamamos de forma errada, mas também ouvimos daqueles que deveriam nos informar de forma correta, as críticas, o resultado da sua falta de paciência, enfim... Eles também têm problemas que devem ser expostos aos seus superiores, mas não o fazem, assim como nós, por falta de tempo, por saberem que há imensa burocracia, por saberem que encontrarão pessoas mal humoradas assim como os próprios, ou seja, vivemos em um círculo em que o entendimento, a espera e a resolução estão bem distantes uns dos outros. A compreensão seria uma das chaves para a sociedade viver com um mínimo de harmonia, mas alcançá-la é um contínuo exercício. Fazer o quê!   

Boa Leitura!

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EXPEDIENTE
Ano 03 - nº 31 - distribuição gratuita. Versão impressa: 1.000 exemplares

FUNDADOR E EDITOR: Tiago Henrique Rezende Fonseca.

COLABORADORES:
Ana Claudia Gomes, Cristiano de Oliveira, Flávia Soares, Gustavo Txai, Lucas Diniz, Marina Clemente, Sabrina Mendes, Silvia Prata, Thiago Paiva, Thiago Rangel, Tiago Henrique.

REVISÃO: Flávia Soares
SUPERVISÃO: Silvia Prata, Ana Claudia Gomes.
PROJETO GRÁFICO: Lucas Diniz

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Envie sugestões, comentários e críticas para o nosso email: participe@betimcultural.com.br
Escritório: (31) 9805-5453 / contato@betimcultural.com.br


Pág: 2
CARDÁPIO
(Clique aqui para ler essa seção)


Pág: 3
ESPAÇO ABERTO
GRAVE, GRAVIDADE | Geraldo Rosa da Fonseca

Cai, o prefeito
Cai, o vice
Cai, também o presidente
Cai, até o ditador

Cai o garfo
Cai o pedaço de carne
Cai de bêbado
Cai no sono

Cai, a noite
Cai, o vestido
Cai, as mamas

Cai a qualidade
Caem as vendas
Cai o lucro
Cai o padrão de vida

Cai a fama
Cai o prestígio
Cai a arrogância

Cai o umbigo
Caem os dentes
Cai doente
Cai ao sepulcro
Cai no esquecimento.

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Envie textos de sua autoria para a Betim Cultural. Eles poderão ser selecionados e publicados no ESPAÇO ABERTO ou na RBC SEMANAL. Interaja também com sugestões, comentários e críticas: participe@betimcultural.com.br


Pág: 4
CENTRAL CINE
Gustavo Txai – gustavo@betimcultural.com.br
NEO-REALISMO ITALIANO

Em tempos de guerra tudo fica mais difícil, isto é inegável, e com o cinema não é diferente. Após a Segunda Grande Guerra, a Itália começou a se reerguer financeira, social e moralmente. Sem dinheiro e com muitas idéias em mente, os cineastas italianos não ficaram parados, inovaram e foram filmar nas ruas, com pessoas das próprias ruas atuando, com histórias atuais, e relatando muito bem os problemas pelos quais passavam. Grandes diretores e grandes obras, filmes tocantes e sinceros que mostravam uma Itália que saía do Fascismo, dos ferimentos da guerra e da ocupação alemã. Rossellini, De Sica, Castellani, Emmer, são alguns dos diretores. Roma, cidade aberta (1945), Ladrões de bicicleta (1948), Dois vinténs de esperança (1952) e Domingos de verão (1950) são alguns dos belos filmes que podemos ver desse movimento marcante na história do cinema.

Esse período conhecido como Neo-Realismo Italiano, foi um dos mais “influenciantes” da história do cinema, pois, a partir dele, os diretores e realizadores de todo o mundo puderam ver que para se fazer um bom filme não é preciso muito dinheiro nem muitos recursos físicos. Podemos fazer menção às características típicas desse período, às filmagens em cenários reais e também à utilização de poucos diálogos e muita dramatização na cena, mostrando em atos o sofrimento, as preocupações e as alegrias dos italianos nessa época de reconstrução.

Muitos afirmam que o Neo-Realismo não existiu, mas não podemos negar que esse período, entre 1945-1952, deixou para o cinema italiano e mundial, grandes influências e obras que merecem ser revistas e estudadas até os dias de hoje.


Pág: 5
CRONICANDO
Thiago Paiva - paiva@betimcultural.com.br
NÃO RECLAMA NÃO!

Alguma vez você já parou para consultar o código civil brasileiro? Alguma vez você consultou o código de defesa do consumidor? Na fila de um banco, uma senhora começou a me incomodar dizendo que a fila demorava muito. Por que ela estava reclamando comigo e não com o gerente?

Há cerca de cinco anos existe no Brasil uma lei sobre o tempo limite de permanência nas filas de instituições bancárias, mas eu nunca vi essa lei ser colocada em prática. Culpa principalmente nossa que não exigimos seu cumprimento. A população reclama dos atrasos e superlotação dos ônibus, mas ninguém processa as empresas responsáveis. A população reclama da corrupção na polícia, mas ninguém procura a corregedoria para denunciar. A população reclama dos políticos, mas ninguém fiscaliza o trabalho deles! A população reclama muito e age pouco.

Só nos preocupamos com um mal da sociedade quando ele nos afeta diretamente. O sujeito só começa a participar da marcha contra as drogas quando o filho dele vira viciado. Você sabia que nesse lugar chamado Brasil, por mais que não pareça, existe lei por aqui? Mas existir não é o suficiente, é preciso valer. Mas para que as leis possam valer é necessário que cobremos nossos direitos e cumpramos nossos deveres.

Se existe uma lei que te defenda, corra atrás, estude, se informe! O maior interessado nos seus direitos deve ser você! Não espere que os responsáveis por nos defender façam isso. Esse é um país em que estamos acomodados e acostumados a nos preocupar apenas com o que nos incomoda diretamente. Nosso segundo hino deveria ser “ado, ado, cada um no seu quadrado”. A sociedade se transforma em várias ações e uma das mais importantes é cobrar das autoridades o cumprimento das leis que nos defendem. Então, toda vez que estiver estressado na fila de um banco, quando se sentir um idiota pagando por algo que não deveria ou pegar um ônibus lotado, não reclama não! As leis estão aí, mas se você não as conhece e não cobra seus direitos, elas são apenas palavras escritas sem nenhuma valia.


pág: 6
PONTO DE VISTA
Lucas Fernando Diniz - lucas@betimcultural.com.br - www.lfdiniz.com



























pág: 7
ESTADOS DO BRASIL
Silvia Prata - silvia@betimcultural.com.br -.silviaprata.com.br
RORAIMA | Capital: Boa Vista

A origem da palavra "Roraima" vem de dialetos indígenas. Sua etimologia lhe emprega três significados: “Monte Verde”, “Mãe dos Ventos” e “Serra do Caju”. 

Assim como a origem do nome, a cultura do estado apresenta forte influência de índios, afinal, trata-se do estado de maior população indígena de todo o país. Esses grupos são responsáveis por preservar hábitos, repassar sabedorias e atravessar numerosas gerações, mantendo os traços fortes que constroem a identidade de Roraima. Segundo o hino do estado, Roraima é terra de gente viril.

Os índios produzem diversos produtos artesanais como cestas, leques, jóias e redes. A música de Roraima possui uma grande variedade de ritmos e harmonias, cuja origem remonta à variedade de etnias e povos que viveram e vivem no estado. A culinária apresenta forte influência do estado do Maranhão, apresentando também as características dos pratos amazônicos. O peixe é o principal produto usado em seus pratos típicos.

Roraima atrai gente cuja vida é andar por esse país buscando uma felicidade peculiar: apaixonados pelo ecoturismo. Turistas que sonham em conhecer o Monte Roraima, lugar antigo, desafiador e misterioso onde há rochas com idade estimada de dois bilhões de anos. Pesquisadores interessados na Pedra Pintada, o mais importante sítio arqueológico do estado, onde há inscrições de civilizações milenares. Gente que gosta de cheirar novidade, de enxergar a beleza do raro que renova o olhar da gente e pintar a vida com as cores que ilustram cada canto do nosso país.

Dessa forma, o estado coleciona raridades que transformam sua vista em vislumbre.


pág: 8
BUQUÊ SUBULATA
tiago@betimcultural.com.br - thvirtual.com
QUINTAL

Quando fui escrever
O passarin já tinha voado,
Bicava a goiaba
Pousado no galho

O ar
O v e n t o
Veloz
Eminente
Neutro
Transportador oitavado
Outrora batia em meu rosto
Fazendo-me voar
Pairando em momentos de intensa paz.


Pág: 9
RE-PAR-TI-ÇÕES
Marina Clemente - marina@betimcultural.com.br – omarversosesons.blogspot.com
O sistema determina os espaços e o tempo das coisas...

Hoje em dia parece haver certo fenômeno essencial para a nossa sobrevivência. Chamo a atenção para o que entendemos como “demais”, ou seja, muito ou demasiadamente... Ora, pensemos nos “excessos”.

Não acham que anda tudo demais? E são muitos os sistemas que se encarregam em representar esses excessos. Digo isto tanto no que se refere aos espaços exteriores quanto aos nossos universos internos. Olhando ao redor, bem perto de nossos olhos, vemos pessoas demais, misérias demais, corrupções demais, festas demais, comidas demais, bebidas demais, pesos demais, assaltos demais, chuvas demais... Sonhos demais, desejos demais, quereres demais... Tudo exacerbadamente expresso. 

Já pararam para pensar nessa matemática? Acaba-se tudo em menos. É o que eu chamaria de a cultura do trágico e maravilhoso. O ser humano anda lindo demais, mas estressado demais. Rico demais, mas roubando demais... Amando demais, mas sozinho demais... E assim, listaríamos infinitos demais. O problema disso tudo está na saúde que se encontra de menos. Assistimos a uma ausência de bem-estar que nada mais é do que o reflexo de um interno que cultua uma cultura externa e extremamente hedonista.

Hoje compramos nas bancas manuais para nos inserir na cultura do excesso, mas ao mesmo tempo enfrentamos as filas de centros de saúde para recuperarmos o que foi perdido. Imagino que essa matemática necessite de outros cálculos... Não acham?


Pág: 10
KILL / CRISTIANO DE OLIVEIRA
cristiano@betimcultural.com.br - crisartes2009.blogspot.com











pág: 11
MEMÓRIA DE BETIM
Ana Claudia Gomes - Mestre em História (UFMG) - anaclaudia@betimcultural.com.br
Lugares de memória em Betim II – Casa da Cultura Josephina Bento

Dando início à série sobre lugares que ativam a memória betinense, prestamos justa homenagem à edificação mais antiga conhecida em Betim: a Casa da Cultura Josephina Bento, uma “sobrevivente”.

O elegante casarão deve ter sido construído na segunda metade do século XVIII, logo depois de erigida a primeira capela do território de Betim, hoje lembrada como Igreja Velha. Sua planta indica que teve funções de hospedaria e atividades públicas, pois era a maior das imediações, num nascente núcleo urbano, a velha “Capela Nova”. A memória social atribui ao casarão a atividade de receber tropeiros que por aqui passavam, no caminho entre as vilas do ouro, levando alimentos e riquezas, de um lado para outro. O leitor pode imaginar burros amarrados ao seu redor, aguardando a retomada da viagem. E no seu interior, a confraternização entre os homens, com comida tropeira e uma boa cachaça.

Construída em pau-a-pique, estilo construtivo que aproveita os materiais abundantes em Minas e também se adequa ao seu clima, a grande edificação sobreviveu ao ciclo do ouro, depois abrigando famílias e atividades comerciais, e entrando em ruína no século XX. Já ao final desse século, a administração do então Prefeito Tarcísio Braga promoveu sua restauração e lhe deu um novo uso: o casarão colonial tornou-se o primeiro centro de cultura da cidade, ainda hoje o mais prestigioso e conhecido, um verdadeiro cartão postal.

Inaugurado como Casa da Cultura, recebeu o nome da Professora Josephina Bento da Costa, ouropretana que começou a trabalhar em Betim em 1926 e se tornou uma das personalidades mais queridas de Betim.

Vida longa à Casa da Cultura!
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