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DIÁRIO RBC / RBC SEMANAL

ED23 - outubro de 2010

Revista para download: edição 23
RBC Entrevista: Kiko Zambianchi





















01    CAPA
02    CARDÁPIO
03    EDITORIAL E EXPEDIENTE
04    ESPAÇO ABERTO
05    CRONICANDO
06    COLÓQUIO
07    ESTADOS DO BRASIL
08    Publicidade na versão impressa
09    SÉRIE PERSONALIDADES
10/11    RBC ENTREVISTA
12    MARINA CLEMENTE
13    KILL
14    OBSERVATÓRIO
15    TIAGO HENRIQUE
16    MEMÓRIA DE BETIM
17    PONTO DE VISTA
18    LETRAS DE MÚSICA   
19/20    Publicidade na versão impressa


Pág: 2
CARDÁPIO
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pág: 3
EDITORIAL
Flávia Soares - flavia@betimcultural.com.br

Por que será que “o homem” foi escolhido como a chave do enigma da famosa Esfinge que não conseguiu enganar Édipo? Para essa questão existem variadas respostas, mas uma delas bem que poderia ser justificada pelo fato de o homem ser a criatura mais enigmática e multifacetada do mundo todo. Entendê-lo em toda a sua complexidade é impossível e nem mesmo com poderes especiais seríamos capazes de tal feito. A tecnologia, a informação, a ciência ou qualquer outra ferramenta utilizada para deixar a vida do ser humano mais fácil não é suficiente para sanar todas as suas necessidades. Estamos sempre infelizes e insatisfeitos com a política, com a economia, com a família, com o trabalho, com os estudos e com nós mesmos. Sempre nos falta alguma coisa!!!!

Para nos escondermos e usarmos como defesa, criamos inúmeras máscaras disfarçando a raiva, as decepções, as infelicidades, as desilusões... Por trás disso tudo, há, muitas vezes, uma enorme IRA acumulada que quando desperta de seu descanso profundo causa estragos proporcionais a ela atacando, principalmente, aqueles que estão mais perto de nós. Quantas vezes escutamos, diariamente, em vários meios de comunicação, notícias do tipo: “Homem mata mulher e filho por motivo banal”? Nos acostumamos tanto com situações como essas que não existe mais dentro do ser humano a dor ou qualquer outra emoção, já que a reação mais comum é: “Outra vez?”, “Mais uma?” e desliga- se a televisão, ou seja, o problema é do outro e não meu! Lembremos que somos todos iguais, se não mudarmos, um dia nosso orgulho irá nos devorar assim como devorou a Esfinge. Será nosso próprio veneno acumulado em toda a nossa existência.

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EXPEDIENTE
Ano 03 - nº 23 - distribuição gratuita. Versão impressa: 1.000 exemplares

Fundador e Editor: Tiago Henrique Rezende Fonseca
Revisão: Flávia Soares
Supervisão: Silvia Prata
Ilustração de capa: Cristiano de Oliveira
Projeto Gráfico: Lucas Diniz

COLABORADORES:
Ana Cláudia Gomes, Cristiano de Oliveira, Edie Shibumi, Fernando Aguilar, Flávia Soares, Lucas Diniz, Marina Clemente, Silvia Prata, Thiago Paiva, Tiago Henrique.

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Envie sugestões, comentários e críticas para o nosso email: participe@betimcultural.com.br
Escritório: (31) 9805-5453 / contato@betimcultural.com.br


Pág: 4
ESPAÇO ABERTO
SINAIS DE FUMAÇA
Patrícia Ferreira / patricia.sz@oi.com.br

A humanidade evoluiu, aprendeu a conviver com as mais complexas máquinas, conseguiu desvendar diversos dos mais ocultos mistérios do universo, adquiriu inúmeros conhecimentos, descobriu e inventou coisas espantosas. E então, em meio a tanta riqueza, nos descobrimos pobres, perdidos e solitários. Utilizamos nossa inteligência em todas essas coisas, e passamos a agir uns com os outros como animais sem raciocínio.

Depois de evoluirmos tanto, voltamos a ser primitivos, inseguros, com medo de tudo e de todos. Ficamos presos em nossas cavernas, nos comunicando através de nossos modernos sinais de fumaça.        

Temos hoje a nossa disposição os mais eficientes meios de comunicação. A tecnologia nos permite falar com quem quer que seja, em qualquer lugar do mundo, mas, mesmo assim, nos tornamos mais mudos e recolhidos em nossas conchas.        
Inventamos ferramentas que, teoricamente, nos manteriam mais próximos uns dos outros, e, ironicamente, fizemos com que elas nos afastassem.

Somos “o homem pós-moderno”, tão modernos que não podemos mais dar um beijo em nossos pais ao sairmos de casa pela manhã, evoluídos demais para oferecer um sorriso aos nossos colegas de trabalho, incapazes de no fim do dia perguntar (mas perguntar de verdade) a quem amamos: “como foi o seu dia?”

São atitudes ultrapassadas, primitivas demais para o homem da atualidade. O que nos resta então? Quebrar nossas máquinas, declarar guerra à tecnologia? Não penso que isso seja necessário, mas creio que devemos usar da mesma inteligência que nos ajudou a criá-las para nos ensinar a usá-las. Usá-las de forma que nos aproximem e que cumpram o seu verdadeiro propósito: O de reduzir as distâncias entre nós. Não apenas as distâncias geográficas, mas, principalmente, as distâncias emocionais que são as que nos separam realmente. 

Só seremos evoluídos de verdade quando conseguirmos unir a beleza do antigo aos benefícios do novo, quando mesclarmos tudo isso sem perdermos a essência do que realmente somos, quando aprendermos a ser verdadeiramente aquilo que fomos criados para sermos: Seres humanos, carentes uns dos outros, feitos para sermos simplesmente irmãos.


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CRONICANDO
Thiago Paiva - paiva@betimcultural.com.br
ACOMODADOS À GUERRA

Estamos em guerra! E somos meros números nessa imensidão de notícias e estatísticas. Não nos incomoda o sangue de nossos semelhantes derramados todos os dias, são apenas números, nada mais.

A vida não passa de um fato, um fato que existe até que se torne uma tragédia. Como você reage quando ouve uma notícia: “Um ataque terrorista deixou 120 mortos”. Você lamenta pelas pessoas inocentes que morreram? Ou realmente se entristece em saber que não são 120 mortos, mas sim 120 pessoas, vidas perdidas? Nos acostumamos a pensar que tragédia existe a toda hora, o tempo todo!

Estamos acostumados a uma guerra que mata inocentes e culpados, afinal, esse é o normal em uma guerra! Essa sensação de sair de casa e não saber se volta é tão freqüente aqui quanto em qualquer país em estado de guerra. A cada ano que passa esse mundo se torna um lugar mais cruel, onde a morte de inocentes é um fato comum. Essa acomodação com esse estado crítico a que chegamos só nos faz caminhar a passos largos para uma situação pior. Não devemos nos acomodar com essa guerra urbana, mas reagir.

O Estado deve ser ferramenta à disposição da população e cabe a cada um de nós cobrarmos as ações necessárias para tal.

Quanto mais nos acomodarmos com essa guerra urbana, mais selvagem nos tornamos, mais corruptíveis seremos e escravos daqueles que com armas roubam de nós nossas vidas, nossa liberdade.

A morte de inocentes não deve ser encarada como mais um fato do cotidiano, a morte de um inocente é, e sempre será, uma tragédia. O nosso cotidiano deve ser a paz, não podemos mendigar a proteção a qual temos direito. Ou lutamos por dias de paz, ou banalizamos de vez a perda de vidas e nos acomodamos com a guerra em que já vivemos.


pág: 6
COLÓQUIO
Fernando Aguilar - fernando@betimcultural.com.br
O MENINO NO ESPELHO

Estive revisitando “O menino no espelho”, romance do saudoso escritor mineiro Fernando Sabino. Este romance foi um dos primeiros que li nessa minha caminhada entre a ficção e a realidade. E olhe que já faz algum tempo! Lembro-me quando estava cursando a quinta série do colegial, mergulhei no mar da literatura e o começo foi com “Sozinha no mundo”, de Marcos Rey. 

No entanto, me identifiquei mesmo foi com meu xará odnanref. Menino inquieto, fazedor de “artes”, alegre e inteligente como qualquer outro. Entre reminiscências em que a história foi desenhada, vale lembrar a capa do livro em que aparece um menino se olhando no espelho e sua fisionomia nos revela uma criança questionadora, o rosto denota isso.

Quando começamos a nos deleitar com a história de Fernando e seus amigos, constatamos que se trata de uma pureza retratada através das brincadeiras entre a turma, as “armações” acontecidas entre esconderijos de pique-esconde ou em episódios em que a história transita somente entre o narrador e a personagem. Fatos em que a onisciência do primeiro nos deixa explícito o foco narrativo e o espaço em que se passa todo o romance.

Um dos pontos altos, entre tantos outros, é quando o menino tenta voar. O encantamento da criança com a possibilidade de conquistar o espaço. Primeiramente, ele se inspira nos pássaros e depois quando teve a oportunidade de ver um avião sobrevoar o céu. Foi uma das suas maiores alegrias. A essa tentativa de autonomia, podemos relacionar a nossa vontade de vencer na vida, seja no que tange o papel profissional ou pessoal. E o menino não se mostrava diferente. Cabe citar também um episódio do livro em que Fernando tenta salvar a galinha que seria morta e, conseqüentemente, comida no domingo. As indagações propostas pela personagem são coisas de adultos, por assim dizer, pois nos fazem pensar no destino e as implicações incógnitas que nos cercam. Tais como temos um dia marcado para morrer? Morrer se trata somente de contingência terrena? Ler “O menino no espelho”, do mesmo escritor de o “Grande Mentecapto”, entre outras obras relevantes, nos proporciona um prazer com toque ora de doçura ora de inquietações.


pág: 7
ESTADOS DO BRASIL
Silvia Prata - silvia@betimcultural.com.br - www.pratasilvia.vilabol.com.br
PARAÍBA / Capital: João Pessoa

Delimitada a leste pelo Oceano Atlântico, a Paraíba atrai pela singularidade encantadora e surpreendente. Seu litoral está entre os mais belos do Brasil. As praias largas e tranqüilas, as águas mornas e cristalinas, a areia fina, os coqueirais, estuários, falésias, dunas, restingas e remanescentes de Mata Atlântica, compõem um cartão postal perfeito.

O interior participa do polígono das secas, sertão nordestino onde predomina a caatinga, e chama a atenção através de peculiaridades como os mistérios do sertão, rupestres, rastros de dinossauros, canaviais, cachoeiras e antigos engenhos de cana-de-açúcar. Esta infinidade de roteiros e cenários traduz a beleza indiscutível que atrai, todo ano, turistas de todo o Brasil.

A capital, conhecida turisticamente como "a cidade onde o sol nasce primeiro", está entre as mais arborizadas do planeta e é a terceira mais antiga do Brasil, guardando 500 anos de história.

Na Paraíba surgiram alguns notáveis artistas brasileiros como Augusto dos Anjos, representando o verso, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Herbert Vianna, carregando a bandeira da música em sua mais perfeita harmonia, e José Dumont atuando nas telas do cinema.

O estado é dono de rico acervo folclórico, apresentado com cores e ritmos, em danças, folguedos, peças de teatro e diversas manifestações artísticas. A imaginação popular guarda patrimônios únicos. A nau-catarineta, o bumba-meu-boi, o xaxado, o coco-de-roda, a ciranda e as quadrilhas juninas são provas da criatividade de um povo ligado às raízes, que venceu as adversidades e fez da vida um milagre diário.

Pelas mãos delicadas das mulheres, se mantêm vivas tradições artesanais que produzem peças de inigualável beleza e riqueza de detalhes. Através de fibra, cerâmica, metal, couro, linha ou madeira, são produzidos brinquedos, tapetes, almofadas, roupas, bordados, mantas ou trabalhos indígenas.
A Paraíba é um convite. Irresistível!


pág: 9
SÉRIE PERSONALIDADES
CLARICE LISPECTOR / Por Edie Shibumi:                                                

A escritora Clarice Lispector nasceu na aldeia de Tchechelnik, na Ucrânia, no dia 10/12/1920. Veio para o Brasil com apenas dois meses e se tornou uma das mais importantes representantes da nossa literatura.

Sua trajetória no mundo das letras se inicia no período compreendido entre os anos de 37 e 43 quando se forma em direito e exerce também as profissões de professora e redatora da Agência Nacional (órgão do governo Vargas) e do jornal “A noite”.

Lança seu primeiro romance “Perto do Coração Selvagem”, em 1944, e com este ganha o prêmio Graça Aranha da ABL. Em 46, lança “O Lustre” (2ºromance) e em 48, termina “A Cidade Sitiada” publicado no ano seguinte.

Sua produção literária continua de maneira ininterrupta e mesmo morando na Europa e nos EUA colabora com jornais brasileiros vindo ao país lançar suas obras. Isso ocorre entre os anos de 43 a 59.

No período 60/64 escreve e publica mais quatro obras entre elas: “A Paixão Segundo G.H”, que, para muitos, é sua obra prima. Sua atuação na literatura se estende também ao universo das crônicas, atua também como entrevistadora para a revista Manchete, Em 1968, como ativista da luta pela liberdade, participa, com outros intelectuais e estudantes, da Passeata dos Cem Mil.

De 68 a 77(ano de sua morte), lança mais nove livros e recebe um prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pelo conjunto de sua obra. Após sua morte são publicados três livros póstumos e mais dois de contos e crônicas da juventude da escritora.

Clarice Lispector foi, segundo relato de muitos de seus colegas escritores, uma mulher surpreendente. Conseguiu ser mãe, intelectual combativa e uma escritora monumental. Muitos teceram elogios sobre ela, mas nada melhor do que estes versos para definí-la:

Clarice
Veio de um mistério.
Partiu para outro.
Ficamos sem saber a
essência do mistério.
Ou o mistério não era essencial,
era Clarice viajando nele,
    Carlos Drummond de Andrade

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www.seriepersonalidades.blogspot.com


pág: 10/11
RBC ENTREVISTA
(clique aqui para ler essa seção)


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COLUNA MARINA CLEMENTE
Psicóloga e poeta - marina@betimcultural.com.br - www.entreclimas.blogspot.com
O TEATRO PODE TAMBÉM NOS ENSINAR A VIVER.

Sendo o teatro uma forma de vida, ele também pode nos ensinar a viver na medida em que nos mostra a diferença entre encenarmos nos palcos e nas ruas. Se podemos englobar várias instâncias da existência ao mesmo tempo, também é no teatro que pensaremos agora. Vocês já pararam para pensar que é possível pensarmos no social, no econômico, no orgânico, na saúde, e dentre outras instâncias, quando pensamos no teatro?

Pois bem, considerando que no campo da arte o teatro se aproxima da vida real, não é por acaso que escutamos pelas ruas que “a vida imita a arte e vice-versa”. Ora, basta abrirmos as janelas de nossas casas, ligarmos o rádio ou a TV ou mesmo pensarmos nas relações interpessoais, que isso será clarividente. Sem sombra de dúvidas, estamos assistindo a encenações nos palcos das instituições, nos contextos familiares, nas praças públicas.... Peças que parecem irreais frente as suas complexidades e conseqüências. A capacidade de inventar e a necessidade de transgredir são inerentes ao ser humano. Mas ele vem fazendo isso de forma errônea e sem limites.

Hoje, quase tudo se revela teatral e o preocupante é exatamente isso: Pensarmos que podemos fazer da vida real uma transfiguração. Mas, simultaneamente a este pensamento existencial e social, gostaria de convidar a todos a refletir sobre a diferença entre a realidade da existência e as formas estéticas e representativas que o teatro pode nos apresentar. O teatro, enquanto um lugar físico, com atores de verdade, com o intuito de apresentar a arte enquanto uma forma de brincadeira, é capaz de contribuir muito para a saúde coletiva.

Talvez a conscientização da população civil, via arte.... seja mais um dos recursos que podemos apostar como uma forma de nos educarmos frente às tramas e dramas da vida real. Se tomarmos consciência de que o lugar de personagens são os palcos e não as ruas.... talvez diminuísse a tragédia real, deixando-a apenas para as interpretações. Os espetáculos nos palcos podem diminuir os das ruas.

Destarte, vamos lutar pela construção dos espaços para os verdadeiros teatros.

"Hoje, os deuses morreram, estamos sozinhos, o mito esvaziou-se, a tragédia abandonou a cena da cidade grega e foi habitar para o nosso inconsciente. (...) Ficou-nos a nevrose para nos preservar dela, resta-nos o Teatro" (Pierre Bugard).


pág: 13
KILL / CRISTIANO DE OLIVEIRA
cristiano@betimcultural.com.br - http://crisartes2009.blogspot.com






pág: 14
OBSERVATÓRIO
Edie Shibumi - shibumi@betimcultural.com.br
TARDES DE DOMINGO

Domingo, ligo a TV e começo a pensar naquela música dos Titãs (Televisão), mudo os canais, mas nada muda. Piadas, apresentadores, atrações, tudo reforça a máxima: “Na TV nada se cria, tudo se copia”.

Tem um apresentador para quem todo vencedor de Reality Show é “gente de verdade” (não conheço gente de mentira). Há um outro que tem um apelido infantil e que usa um penteado tão ridículo quanto (ainda bem que ele parou com a dança do passarinho), tenta me emocionar levando pessoas de volta as suas cidades (nordestinos go home), um exemplo de justiça social!

Vão passando horas e o caleidoscópio bizarro vai formando cada vez mais anomalias televisivas. Tem um senhor que já foi o maior em seu meio, porém, também aderiu às piadas sem graça, popuzudas e celebridades instantâneas. Em seguida a isso tudo, a noite se aproxima e com ela surgem as chamadas “Revistas Eletrônicas” (todos os assuntos ruminados durante a semana são servidos juntos e com aroma de furos jornalísticos).

Em todos os canais, e quase simultaneamente, os mesmos crimes, as mesmas caras, os mesmos comentários tendenciosos (ideologia em doses homeopáticas). A música dos Titãs já tem 25 anos, mas nunca esteve tão atual e o verbo do refrão tão no tempo presente (A televisão me deixa burro muito burro demais!!!!!).


pág: 15
TIAGO HENRIQUE
tiago@betimcultural.com.br - www.tiagohenrique.blogspot.com
LENTAMENTE REVERSÍVEL

A lua 80 graus sobre meus olhos
Cai sobre minha cabeça
Interrogando a imensidão

Um barulho balbucia em minha artéria
E o sopro
Sopra minha veia

Samba um sufocamento
Que me prende a respiração,
Num querer
Abrir e retirar
O envenenamento de uma situação

Corrompidamente,
Uma forma inalterada de mudança não mudada
Me joga contra meu próprio jogo
Abarcado novamente pela repetição.


pág: 16
MEMÓRIA DE BETIM
Ana Claudia Gomes - Mestre em História (UFMG) - anaclaudia@betimcultural.com.br
UMA PÁGINA PARA A MEMÓRIA DE BETIM

É com satisfação que, neste número da Betim Cultural, inauguramos um espaço para a discussão de temáticas relativas à memória de Betim. Betim, cidade histórica, entrada nos séculos, e que certamente busca salvaguardar reminiscências coletivas, mesmo no oceano da modernização e do crescimento populacional; que enfrenta o desafio de acolher memórias também de outros lugares como suas, porque aqui acolheu sujeitos migrantes, repletos de saberes e histórias.

O trabalho da memória é ativo e constante em Betim. São testemunhas disso inúmeros monumentos espalhados pelo território da cidade, alguns embora invisíveis ao olhar dos apressados cidadãos de uma quase-metrópole. Publicações variadas, de livros a matérias nas mídias locais, buscam sistematizar e manter acesos pequenos lumes de passado alimentados sempre pelos desejos presentes. As políticas culturais, diante do desafio de compreender e fomentar esse movimento de memória, têm como tarefa gerir acervos museais e documentais, bem como o vasto patrimônio cultural ainda escassamente registrado e revelado à própria cidade.

A memória coletiva é hoje um direito constituinte da cidadania e as cidades são espaços privilegiados da sua vivência. Betim tem um núcleo histórico secular, outrora chamado de Capela Nova do Betim, que manteve, através do tempo, uma razoável memória coletiva e seus ícones. Outros núcleos seculares tiveram seus rastros apagados e deram lugar a novas formações urbanas, núcleos históricos recentes, entre os quais podemos citar: as comunidades urbano-rurais da região de Vianópolis; os remanescentes afrodescendentes do Angola; os núcleos modernos de Santa Izabel e do Nossa Senhora das Graças; as formações urbano-industriais das Alterosas, do PTB, do Imbiruçu e do Teresópolis; dentre outros.

Caleidoscópio. Esta é a imagem que melhor representa este novo espaço em “Betim Cultural”.


pág: 17
PONTO DE VISTA
Lucas Fernando Diniz - lucas@betimcultural.com.br - www.lfdiniz.com


















pág: 18
LETRAS DE MÚSICA
FATOR COMUM / RETRATOS E CANÇÕES
Composição: Robson Foca / Contato: robsonfoca@yahoo.com.br

Viver as coisas intensamente
Era tudo que eu queria
Mas nem tudo na vida acontece como a gente espera

O mundo às vezes corre depressa e os sonhos saem pela janela
O tempo te levou pra bem longe, mas ainda estou a sua espera

Na vida quase tudo passa
Mas sempre ficam recordações
Momentos, fatos e promessas
Retratos e canções

Sorte de quem tem um amor pra vida inteira
E pode ir além de horizontes e fronteiras

Na vida quase tudo passa
Mas sempre ficam recordações
Momentos, fatos e promessas
Retratos e canções.
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