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DIÁRIO RBC / RBC SEMANAL

ED16 - Fevereiro de 2010

pág: 1 (capa)





















pág: 2
EDITORIAL
Definitivamente não sirvo para escrever editoriais. Fico pensando em quê conversar com você leitor, não acho as palavras, elas correm de mim. Escrever nesse espaço é tão diferente da abordagem poética, que fico quebrando a cabeça para escrever poucas linhas. O pior é que “sistematicamente”, esse é o primeiro texto de cada edição, assim, seu semi-imediato contato com todo o conteúdo adiante. Fico receoso de não apresentar bem o que virá pelas próximas páginas, daí tento achar expressões mágicas para te incentivar até o último instante de leitura, e toda vez que chega à centésima palavra dessa apresentação, logo tenho que dar um desfecho, então, fico sempre com o desejo para que você tenha uma boa leitura e um momento agradável de lazer.

ESPAÇO ABERTO...................................03
COLÓQUIO...........................................04
CRONICANDO.................................05
TIAGO HENRIQUE............................07
ESTADOS DO BRASIL.......................08
SÉRIE PERSONALIDADES.................09
AMBIENTAL...................................10
OBSERVATÓRIO.............................12
COLUNA MARINA CLEMENTE.........13
LETRAS DE MÚSICA........................14
CRISTIANO DE OLIVEIRA: KILL........15

Na internet - www.betimcultural.com.br
ESCRITÓRIO: (31) 9805-5453

Fundador/Editor/Colunista: Tiago Henrique Rezende Fonseca.
Ilustração (Capa e Tirinhas): Cristiano de Oliveira.
Colunista (Colóquio): Fernando Pereira Aguilar.
Colunista (Cronicando): Thiago Paiva Moreira.
Colunista (Ambiental): Elizangela dos Santos Pedro de Souza.
Colunista (Observatório): Edvaldo Camargo dos Santos.
Colunista (Marina Clemente): Marina Clemente de Oliveira.
Revisão: Flávia Soares da Silva.


Pág: 3
ESPAÇO ABERTO
SOBRE TÊNIS FURADOS
Vander Hugo (vanderhugo@yahoo.com.br)

Ele chegou meio tímido, descalço e desconfiado, com os pés cheios de lama... ficou um bom tempo na banca de calçados e, por fim, escolheu dois tênis que agradaram mais. O problema é que um deles estava incompleto, sem o pé esquerdo. Vi a sua frustração e tentei ajudá-lo a procurar.

Em vão. Sugeri que procurasse outro, mas ele não quis. Sorriu: "eu gostei desse". Retruquei: "mas esse está furado, têm outros mais novos..." ele sorriu novamente: "mas eu gostei desse e não tem problema estar meio furado. Eu não tenho nenhum mesmo..."

Agora que as chuvas voltaram a castigar a Av. Tereza Cristina, em BH, lembrei-me daquele menino magrinho de sorriso tímido que conheci no dia 02 de janeiro de 2009 quando ajudava a distribuir donativos para cerca de 70 famílias que haviam perdido os poucos pertences na enchente. Foram castigadas novamente.

O meu coração está triste e a minha mente na criança ingênua que, a essa altura, voltou a não ter um tênis para calçar, ainda que fosse velho, usado e furado.

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Envie opiniões, comentários, sugestões, enfim; envie textos de sua autoria para a Betim Cultural. Eles poderão ser selecionados e publicados no ESPAÇO ABERTO ou na seção LETRAS DE MÚSICA desta revista. contato@betimcultural.com.br


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COLÓQUIO
Por Fernando Aguilar (fernando@betimcultural.com.br)
O NÓS DA METAFÍSICA

Inconstante caminho! Algoz? No pensamento ao mesmo tempo em que “tudo” pode estar perdido, ainda assim, restará uma luz. É! A vida é fascinante, pois ainda que possa ser somente um sopro. Imaginem um sopro, o que é um sopro? Caros interlocutores certamente vocês já ouviram a frase: “um sopro de vida”. Quanta ambiguidade, não?

— Então, um sopro de vida pode também ser ... Assim ....  Relâmpago da morte que nos possa revelar, vela ... Ela. Esse fio de vida pode ser como o Jequitinhonha que, antigamente, ente, era caudaloso. Mesmo que contínuo como as folhas do Buritizal.

Toleima, careço de amarguras não senhor, põe fé, que fio. Num sô como cobra que salta no escuro diverso da noite serena. Mire e veja: filosofia não circunda o atinar da existência? Pois então, se a nossa vitalidade está por vir, sacrilégios? Sempre há uma cruz para carregar! E o céu não está cravejado de nebulosas, é sopro de vida? Vamos pegar carona na cauda de Andrômeda em direção à Via Láctea e brincar de pique-esconde entre os cometas! Peripécias da minha cabeça? Do pulsar da humanidade ao lento dentro de um espaço de tempo.... Tempo... Aos avessos? Remeto, não sei se alcanço, se desço, meu caminhar e´ mole, muxoxo.

E o tempo palpita entre um respirar e outro a esmo.  No compasso do calendário solar? Porque não ao luar? Respondo ao senhor, doutor letrado, importo não, prefiro ainda o calor do sol. Pois à noite passo por uma madorna, depois durmo, e,  quando o sol nasce, meu respirar pega a ser mais ritmado. Então percebo que ainda posso vir a ser um sopro de morte, caio dentro de nós “existe é homem humano”:  Travessia.

pág: 5
CRONICANDO
Com Thiago Paiva (paiva@betimcultural.com.br)
PENSAMENTOS

O cara, sentado no balcão, tem uma camisa do Ramones e as unhas pretas. (Ele toma café pensando no guitarrista do Queen sem camisa).

A mocinha, no fundo, com o terço no pescoço. (Tá olhando para o biscoito imaginando uma parte do corpo de um homem).

A senhora, fritando pastel, veste uma blusa de um santo. (Está pensando em roubar dinheiro do caixa e acusar a menina loirinha).

A menina loirinha, do caixa, que usa piercing no umbigo. (Tá juntando dinheiro pra comprar um presente pra dona que frita pastel).

O Homem de cara fechada, na cadeira perto da porta, com roupa estragada. (Chora por dentro, pois hoje tem de demitir alguém na sua empresa).

A vendedora de sorvete com cabelo cacheado e jaleco branco. (pensa no namorado da amiga chupando picolé).

As meninas que tomam café para ir ao colégio. (combinam uma orgia regada à drogas no horário de aula).
A senhora, toda vestida de preto e com véu na cabeça, fala ao celular. (Ela combina o preço com um garoto de programa).

O estudante, com folhas debaixo do braço, come pão de queijo. (Tem mais de cinco mil na carteira, trocado, dinheiro de droga).

Um rapaz escreve um texto. (ele pensa o que você está pensando agora...)


pág: 6 (publicidade na versão impressa)


pág: 7
TIAGO HENRIQUE
http://tiagohenrique.blogspot.com
DESLIZES DE UMA ESCULTURA

Meus dedos procuram
O vício de acordes prontos,
O relógio analógico
Quase marca dez da noite

O violão recostado
Com suas cordas todas,
Uma mente acelerada
Procurando a corda certa

Limitado a ânsia do que é fácil
Paro na janela pra pegar um ar,
As estrelas me olham lá de cima
E os acordes me desafiam

As horas reclinam
No horário de verão,
Meu ponteiro atrasado
Não ficará pra trás

Quando tudo parece dar um nó
Novamente fujo da perfeição
E reencontro o simples
Visto apenas por olhares puros, Despreocupados

A solução
Anda mais perto do que imaginas
Tal como a felicidade
Não percebida a olho nu

Observo, descanso
O ar me contempla
E algumas vozes atrás do muro
Aproveitam a vida como devem.


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ESTADOS DO BRASIL
http://brasilestados.blogspot.com

GOIÁS
Capital: Goiânia

Com quase seis milhões de habitantes, Goiás é o estado mais populoso do Centro-Oeste e o nono mais rico do país.

Historicamente falando, os colonizadores portugueses chegaram pela primeira vez à região hoje conhecida como estado de Goiás quase um século após o descobrimento do Brasil. A ocupação do território goiano teve início com as expedições de aventureiros (bandeirantes) provenientes da Capitania de São Paulo. Dentre esses, destacou-se Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, que no final do século XVII percorreu o território goiano em busca de jazidas de metais preciosos.

A colonização de Goiás deve-se, também, à migração de pecuaristas que partiram de São Paulo, no século XVI, em busca de melhores terras de gado. Dessa origem, ainda hoje, deriva a vocação do estado para a pecuária. No período em que o Brasil foi colônia de Portugal, o estado de Goiás pertencia à capitania de São Paulo. Essa situação durou até 1744 quando foi criada a “Capitania Geral de Goiás”.

A partir de 1860, a lavoura e a pecuária tornaram-se as atividades principais da região ao mesmo tempo em que a mineração do ouro entrou em decadência devido ao esgotamento das minas. A navegação a vapor e a abertura de estradas no final do século XIX possibilitaram o escoamento dos produtos cultivados no estado permitindo o desenvolvimento da região.

População (dados de 2009)
 - Estimativa:    5.926.300 hab.
 - Densidade:    17,31 hab./km²


pág: 9
SÉRIE PERSONALIDADES
http://seriepersonalidades.blogspot.com

QUEM FOI CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE:
Considerado um dos principais poetas da literatura brasileira devido à repercussão e alcance de sua obra, Carlos Drummond de Andrade nasceu em Minas Gerais, em uma cidade cuja memória permeou parte de sua obra. Formou-se em Farmácia, mas durante a maior parte de sua vida foi funcionário público, embora tenha começado a escrever cedo e prosseguido até seu falecimento em 1987 ocorrido no Rio de Janeiro, doze dias após a morte de sua única filha, a escritora Maria Julieta Drummond de Andrade. Além de poesia, o autor produziu livros infantis, contos e crônicas.

FRASES DE DRUMMOND:
- Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.
- Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.
- Há vários motivos para não se amar uma pessoa e um só para amá-la.
- Perder tempo em aprender coisas que não interessam, priva-nos de descobrir coisas interessantes.
- Há muitas razões para duvidar e uma só para crer.
- Se você sabe explicar o que sente, não ama, pois o amor foge de todas as explicações possíveis.
- Há certo gosto em pensar sozinho. É ato individual, como nascer e morrer.
- Entre a dor e o nada é o que você escolhe.
- O homem vangloria-se de ter imitado o vôo das aves com uma complicação técnica que elas dispensam.
- Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira.
- Necessitamos sempre de ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos torna sem ambição.
- A dor é inevitável O sofrimento é opcional.


pág: 10
AMBIENTAL
Por Elizangela Santos (elizangela@betimcultural.com.br)
INTELIGÊNCIA ANIMAL

Na floresta Kibale, em Uganda, uma família de chimpanzés se alimenta no alto de uma figueira. Ao terminar a refeição, a mãe e os dois filhos pulam para outra árvore. Mas falta coragem a filhote caçula que fica onde está. Paralisada, ela começa a gritar. Para ajudá-la a mãe se aproxima da cria e balança a figueira para os lados até aproximá-la da árvore vizinha. Ela então agarra um ramo e com o corpo forma uma ponte natural por onde a macaquinha atravessa sã e salva.

A descrição dessa cena é deveras impressionante. Daí conjeturamos: a atitude da mãe teria sido intencional? Será que ela visualizou a imagem de seu corpo formando a ponte? Ou será que só estava tentando ensinar a filhote a saltar e, espertamente, aproveitou a chance?

Muitas proposições são elaboradas pelos cientistas acerca desse assunto. De fato, vários aspectos da nossa cognição são encontrados nos outros animais. Cabe ressaltar que cada um é “esperto” a sua maneira e que para solucionar alguns problemas utiliza seu conhecimento como se fosse um “kit ferramentas”. Se olharmos de perto macacos, cachorros, baleias e diversos outros animais iremos perceber em seus “kits”, ferramentas muito parecidas com as dos humanos. Eles têm a capacidade de reconhecer outros indivíduos, evitar o perigo, desenvolver e estabelecer regras de comunicação, planejar estratégias de caça e de defesa, enfim, viver em comunidade.
Todavia, por melhores que sejam as nossas ferramentas (parecem até mais sofisticadas e complexas) elas não funcionam como deveriam, enquanto as dos animais funcionam perfeitamente para o que eles precisam.

Arvoramos ser intelectualmente racionais, porém fechamos os olhos, para citar apenas um exemplo, ao massacre de animais como o que ocorre, todo ano, nas Ilhas Faróe quando centenas de golfinhos Calderon são mortos em nome de um ritual realizado para sinalizar a maioridade dos rapazes.

Todavia, se retirarmos nosso verniz cultural poderemos ver claramente os instintos animais que temos lutando em estádios de futebol ou lá do outro lado do mundo matando alguns milhares de nossos semelhantes por algo criado por nós mesmos chamado religião. Sério?! Somos muito primitivos ainda... como disse Mahatma Ghandi: “temos de nos tornar na mudança que queremos ver”.


pág: 11 (publicidade na versão impressa)


pág: 12
OBSERVATÓRIO
Com Edie Shibumi (shibumi@betimcultural.com.br)
DEUS É BRASILEIRO

Relembrando 2009: O Brasil parece ter fincado de vez os pés no cenário internacional, o tsunami da crise financeira nas praias brasileiras foi apenas uma “marolinha”, nosso presidente é o “cara”, somos o país da copa de 2014 e das olimpíadas em 2016, descobrimos petróleo no pré-sal... É! Parece que Deus é mesmo brasileiro!!!!

Temos agora a chance de, finalmente, nos tornarmos o “país do futuro” tão apregoado por nossos “grandiosos” líderes ao longo de nossa história. Tudo pareceria auspicioso se não fossemos, também, o país das meias, cuecas, Dindas, mensalões, mensalinhos, Arrudas, Valérios, Genuínos, Dantas e muitos outros

Já foi dito que a corrupção é algo enraizado em nossa formação histórica e cultural e que, por isso, nós nunca vamos conseguir acabar com ela. Não podemos aceitar esta visão determinista e totalmente elitista de que somos um povo desonesto e que elegemos como nossos líderes pessoas que refletem nossa própria desonra e desonestidade.

Em 2010 temos mais uma vez a oportunidade de escolher novas lideranças e representações, pois é um ano de eleições importantes em que será escolhido o novo presidente, novos senadores, governadores e deputados federais. Temos, sem demagogia, o papel mais importante nesta escolha, porque devemos visualizar o futuro sem perder de vista nossas escolhas do passado, se foram certas ou erradas não importa, mas que sirvam de exemplo para as que vamos fazer agora.

Estejamos com a cabeça erguida e o coração repleto de esperança para que possamos ser agentes e pacientes das transformações necessárias para a construção de nossos ideais.


pág: 13
COLUNA MARINA CLEMENTE
Psicóloga e poeta (marina@betimcultural.com.br)
www.entreclimas.blogspot.com

Demora-se muito tempo para percebermos que a felicidade não se esconde, exclusivamente, em um ideal de amor, de saúde, de beleza, em um ideal de paz, de fartura, de conforto, em coisas materiais ou em uma outra pessoa. Talvez ela esteja mesmo é dentro de algum olhar ressaltando a proximidade de uma vida inteligente rumo ao caminho interior.

Reconhecendo, evidentemente, que o mundo externo está cheio de estímulos negativos, o conhecimento de si mesmo impede o alheamento e facilita encontros felizes.  É como se fizéssemos uma peregrinação por um caminho oposto ao consumismo, ao individualismo, à guerra e à destruição. Evitemos a exacerbação daquilo que apenas é belo ou bom externamente! Uma mente virtuosa, acordada, atirada e ávida sentirá que a vida e a felicidade podem ser reais mesmo com todos os dramas e tramas que nos assolam na contemporaneidade.

Sendo assim, voltar-se para si, sem esquecer que estamos inseridos em uma sociedade repleta de riquezas (onde até mesmo as tristezas e as perdas fazem parte do nosso processo evolutivo), é, ao mesmo tempo, repensar a lacuna existente entre o ser humano e a felicidade. Se encontrarmos a sabedoria ao usufruir tanto do “inverno” quanto do “verão” cada um há de encontrar uma maneira para se sentir feliz, pois o que nos realiza não são as coisas que temos ou podemos ter, mas, sobretudo, o significado que damos a elas.

Destarte, convido-lhes a pensarmos juntos acreditando que a vida tem um lado que pesa, mas apresenta-nos um que pondera. É como disse John Lennon em “Strawberry Fields Forever”: “(...) Existem coisas a serem descobertas. O que quer que tenha acontecido com a vida que um dia tivemos livre como um pássaro é a próxima melhor coisa a ser”.


pág: 14
LETRAS DE MÚSICA
TATO MORAES
MUNDO DO INHO, MUNDO DÓINHO

Oh! mundo do inho, o mundo vazio
não segue caminho
óh mundo perdido, num rodamoinho
não se esconda no ninho

O limite pode estar perto
e uma hora o poço acaba
e a verdade vem à tona
descer é tolice

em toda escada há subida e descida
basta saber que descer é retroceder
nesta escada da vida.
E subir leva à saída

sei que não há forma de pensar
que tudo será bonito num piscar
no poço nos limitaremos, mas,
algum dia, vereda virás

em algum momento irá, eu sei,
motivo virá, para o mundo girar
existirá fácil como o ar
possibilidade de mudar!

____
Site:
http://palcomp3.com/tatomoraes


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CRISTIANO DE OLIVEIRA: KILL 
crisartes2006@hotmail.com
http://crisartes2009.nafoto.net
http://crisartes2009.blogspot.com









pág: 16 (contracapa)
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